Nesse artigo irei descrever como o óleo essencial de Lavanda, conhecido popularmente como “Alfazema” pode apoiar o tratamento contra insônia e ansiedade.
Além da Lavanda (lavandula officinalis) existem outros óleos que também servem para produzir relaxamento através da indução de serotonina no organismo, quando inalamos. Temos como exemplo o óleo essencial de laranja e o de bergamota. O óleo essencial de laranja é o mais acessível em termos financeiros.
Entretanto nesse artigo trataremos das funções do OE* de Lavanda e trataremos dos outros óleos essenciais em artigos futuros.
Veja neste outro artigo o que são óleos essenciais e como funcionam.
Conhecendo um pouco a planta Lavanda (Lavandula Officinalis)
Família: Lamiaceae (Labiatae)
Nome Popular: Alfazema, Lavanda.
Origem: Regiões montanhosas da Europa, países mediterrâneos.
Forma de Cultivo: Plantio de Sementes ou mudas na primavera. Estamos na época de plantar! Poda após a floração para favorecer novo crescimento.
Características: É um sub-arbusto que possui flores azuladas, dispostas em espigas interrompidas. Seu caule é reto de cor branco-acinzentada.
Partes Utilizadas: Para infusão a Planta Inteira, para Extração de Óleos Essenciais as flores.
Extração: Destilação a vapor.
Constituintes: cumarina (verniarina), taninos, aldeídos, cetonas, herniarina, furfural, óleo essencial (linalol, acetato de linalina, cariofileno, cetato de lavandulina, geraniol, cineol)
Indicações: carminativa, anti-séptica, antidigestiva, antiespasmódica, béquica, cicatrizante, balsâmica, etc…Veja no aplicativo aromaonline mais propriedades terapêuticas, medicinais e psicológicas.
Forma tradicional de usar através da ingestão do chá: Fazer infusão de 5g da flor seca em uma xícara de água fervente de 3 a 4x ao dia.
Não há contra-indicação.
Precauções: Em doses elevadas pode causar sonolência.
Logo, considerando que o óleo essencial é o extrato mais puro da planta, contendo sua quinta essência, explica-se a grosso modo, o porque do OE de Lavanda tratar a insônia! E isso é uma solução totalmente natural, desde que respeitando as indicações de um aromaterapeuta ou médico.
Um pouco da História da Lavanda
Diz a lenda que era muito usada pelos povos antigos. Os egípcios já faziam uso para fins cosméticos e medicinais. E na tumba do Faraó Tutancâmon foi encontrada uma espécie de cera aromatizada com lavanda.
A lavanda também ficou conhecida como a “planta da Virgem Maria”, por sua suposta propriedade de reduzir a libido.
Até Nostradamus usava lavanda pendurada em seu corpo para o proteger da famosa peste Le Charbon.
Desde o século XVII usa-se a lavanda em travesseiros e fronhas para ajudar a ter um sono tranquilo e restaurador.
Conta a história que Napoleão Bonaparte até bebia a colônia de lavanda como anti-afrodisíaco, já que o almíscar era colocado até pelas paredes pela Imperatriz Josefina que deseja ter um herdeiro.
O que a ciência diz sobre os efeitos da Lavanda
Em um artigo sobre os efeitos relaxantes do OE de Lavanda utilizado em forma de gel de limpeza, foi constatada a eficacia dos efeitos da lavanda, conforme poderão ver abaixo.
O Artigo foi produzido por TIFFANY FIELD, MIGUEL DIEGO, MARIA HERNANDEZ-REIF, WENDY CISNEROS, LARISSA FEIJO, YANEXY VERA, KARLA GIL, no Touch Research Institutes University of Miami School of Medicine Miami, Florida, USA, (6/4/2004).
Eles realizaram os testes em 11 adultos saudáveis , eram professores e funcionários da Faculdade de Medicina da Universidade de Miami e preparados para participar de uma avaliação laboratorial.
Os critérios de inclusão foram: (1) pele normal sem condições de pele pré-existentes, (2) dar consentimento informado e (3) concordar em aderir estritamente às instruções.
Os critérios de exclusão incluíram: (1) gravidez, (2) pele comprometida, como irritação, secura excessiva, condição conhecida de eczema ou psoríase, ou condição adversa visível (erupção cutânea ou infecção).
Os participantes foram convidados a sentar em uma cadeira de massagem especial que suporta seu rosto, mãos, pernas e peito. Primeiro foi pedido aos participantes que completassem as medidas de auto-relato.
Além disso, eles receberam um teste de computação matemática sobre velocidade e precisão.
O EEG foi então gravado por um pesquisador associado.
O EEG foi gravado por um período de 2 minutos, uma apresentação do gel com Lavanda por 2 minutos, e um período pós-teste de 2 min.
Durante o segmento de fragrâncias de 2 min, os participantes foram solicitados a segurar um frasco de 100 ml a cerca de 3 polegadas do nariz, através da abertura do apoio de rosto. O frasco continha o gel com um ingrediente de lavanda, e o participante foi solicitado a respirar normalmente pelo nariz enquanto se sentava em silêncio com os olhos fechados.
Ao final da apresentação da fragrância e do registro do EEG, os participantes foram solicitados a completar as medidas de auto-relato e realizar o cálculo matemático novamente.
Resultado
Os dados do EEG são consistentes com relatos anteriores sobre a exposição à lavanda mostrando um deslocamento do EEG para uma maior ativação frontal esquerda relativa (associada a um maior comportamento de abordagem e menos afeto deprimido) (Sanders et al., 2002).
Maior ativação do EEG frontal direito em comparação com maior ativação relativa do EEG frontal esquerdo tem sido associada a humor deprimido e comportamento negativo e retraído em vários estudos de EEG em adultos deprimidos (Davidson et al., 1990; Diego et al., 2001). Henriques & Davidson, 1990, 1991) e bebês de mães deprimidas (Dawson et al., 1999; Field et al., 1995; Jones et al., 1997).
Indivíduos com ansiedade e depressão tendem a exibir uma ativação do EEG frontal direito ainda maior em relação àqueles com depressão apenas (Bruder et al., 1997).
Então, após inalar a Lavanda, os participantes tiveram redução na sensação de depressão.
A mudança para maior ativação do EEG frontal esquerdo relativo neste estudo, em indivíduos saudáveis, foi consistente com as diminuições observadas no humor deprimido e ansiedade.
O aumento da potência beta também foi consistente com a literatura sobre a exposição à lavanda.
No Diego et al. (1998), o grupo lavanda mostrou aumento do poder beta frontal, relatou sentir-se mais relaxado e realizou cálculos matemáticos mais rapidamente e com mais precisão após a exposição a uma fragrância de lavanda.
A Diminuição da freqüência cardíaca foi consistente com o aumento do relaxamento relatado pelos participantes.
Foi relatada a diminuição da pressão arterial após exposição à lavanda (Nagai et al., 2000).
Aumento da atividade parassimpática (ou diminuição da freqüência cardíaca) e relaxamento foram relatados após banhos de pés com óleo de lavanda (Saeki, 2000).
Aumento do teta também foi consistente com o aumento do relaxamento relatado pelos participantes.
O teta tipicamente aumenta durante estados de baixa excitação comportamental e, como tal, pode estar associado a relaxamento aumentado. O ritmo teta também tem sido relacionado a processos de memória (Arnolds et al., 1980), e alguns sugerem que a atividade teta cortical reflete a função de codificação e memória do hipocampo (Klimesch et al., 2001).
Então, além de proporcionar relaxamento ainda manteve o cérebro mais ágil, aumentando a capacidade de memória, comprovando a eficácia em relaxar e consequentemente tratar a insônia.
O sistema olfativo envia projeções diretamente para o hipocampo (Bear et al., 1996), uma área altamente envolvida na função da memória.
A diminuição no tempo de computação matemática pode ser explicada pelo aumento do relaxamento associado ao aumento do teta durante e após a apresentação da lavanda e/ou a maior atenção associada ao aumento do beta.
Os aumentos teta e beta começaram durante os últimos 30 s da apresentação da fragrância e continuaram no período pós-fragrância, o que pode ter facilitado os cálculos matemáticos mais rápidos.
Pelo menos dois outros estudos relataram desempenho superior em cálculos matemáticos após exposição à lavanda (Degel & Koester, 1999; Diego et al., 1998).
Em conclusão, os dados atuais sugerem que uma mistura contendo OE de Lavanda específica pode induzir relaxamento em adultos saudáveis.
O perfil do EEG depois de cheirar o gel de limpeza parece estar limitado dentro de 2 minutos imediatamente após a apresentação da lavanda.
Nesse artigo pode-se destacar o significado da exposição ao OE de Lavanda é percebido para melhorar o humor ter função relaxante.
Fonte do Artigo: Int J Neurosci Downloaded from informahealthcare.com by Universitat de Girona on 11/14/14
Estudos sobre os Principais Componentes Químicos da Lavanda
Linalol
Em um experimento realizado com ratos, identificaram que o linalol fez com que esses neutrófilos e linfócitos retornassem a níveis normais (aproximados).
A inalação do linalol também reduziu a atividade de mais de 100 genes, cuja ação é incrementada em situações estressantes.
Acetato de Linalina
O Acetato de Linalina pertence ao grupo funcional Éster, o que lhe confere ação tranquilizante, equilibrante e calmante, de acordo com estudos prévios (Silva AR, SP, 2004).
Cariofileno
O Cariofileno, também conhecido como beta-cariofileno, também tem ação que corrobora com a qualidade terapêutica da Lavanda Francesa, na atuação sobre a insônia e ansiedade.
O β-cariofileno é um sesquiterpenóide bicíclico, que faz parte inclusive da canabbis sativa em proporções ainda maiores do que na Lavanda, cerca de 37% cotnra 7,55% na Lavanda Francesa.
Também está presente em outros óleos essenciais, como:
- Manjericão (Ocimum) – 5,3 a 10,5% em O. gratissimum; 4,0 a 19,8% em O. micranthum
- Orégão (Origanum vulgare) – 4,9 a 15,7%
- Pimenta-preta – 7,29%
- Rosmaninho (Rosmarinus officinalis) – 0,1 a 8,3%
- Caneleira-verdadeira (Cinnamomum zeylanicum) – 6,9 a 11,1%
- Ilangue-Ilangue (Cananga odorata) – 3,1 a 10,7%
O Cariofileno, além de propriedades anti-inflamatórias e anti-oxidantes, possui um efeito benéfico da neuroplasticidade induzida por fatores neurotróficos no retardamento ou inibição do processo neurodegenerativo. Em estudos realizados com modelos celulares que imitam doença de Parkinson, Huntington e Alzheimer, o cariofileno induziu a neurogênese e a expressão de proteínas neurotípicas do modelo neuronal.
Fonte da Tese: Danilo Avelar, Ribeirão Preto, 2014 – Universidade de São Paulo Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto.
Diante desses estudos fica claro e comprova o que todos nós que usamos os óleos essenciais de lavanda já sabemos, A LAVANDA É UM EXCELENTE RELAXANTE, ANSIOLÍTICO E ANTI-DEPRESSIVO!!!
E você que não conhece, está esperando o que pra experimentar? Com toda certeza a Lavanda pode ser um grande aliado que vai te ajudar a “desmamar” das fluoxetinas da vida, dos “rivotris” maléficos…
Obs.: Sempre procure um médico, nunca deixe de tomar medicação sem informar seu médico ou tome medicação por conta própria.Se você deseja ajuda para saber quais os melhores óleos essenciais para você e sua família, agenda uma sessão aromaterápica aqui: https://loja.dharanaventura.com.br/produto/atendimento-terapeutico-aromaterapica/